2012 - 5 PAÍSES EM 18 DIAS (Parte 4)
- Guga Griebeler
- 16 de out. de 2016
- 4 min de leitura
Rio Branco - Curitiba
Porto Velho
Saímos de Rio Branco em direção a Porto Velho, Rondônia. Acostumados ao belo asfalto do Peru, logo nos primeiros quilômetros já descobrimos que o ritmo desta etapa seria diferente. Sem dúvida nenhuma foi o pior trecho de estrada de toda a viagem. Buracos no meio da estrada que caberia uma moto inteira em comprimento e profundidade. A atenção tinha que ser redobrada para não termos nenhum acidente.
Paralelamente aos buracos, o que nos chamava atenção era a magnitude da selva Amazônica em seus dois lados da estrada. Em vários pontos a estrada ficava coberta por uma fumaça branca de queimada por quilômetros. Era a floresta queimando de uma forma impressionante. Conseguimos ver arvores imensas consumidas por labaredas que deviam ter a altura de prédios, devido a distancia que estava de nós. Naquele momento, consegui entender o que significava aquelas reportagens sobre queimadas na Amazônia que passavam nos jornais desde que eu era criança.
'Impressionante" seria a palavra certa para descrever aquele cenário.
Depois de muito tempo na estrada, fomos surpreendidos com uma interrupção da rodovia na divisa dos estados do Acre e Rondônia. Sim, a rodovia acabou e tivemos que esperar por uma balsa que nos levaria de um estado ao outro através da imensidão do Rio Madeira.
mais um espetáculo da natureza em nossa viagem. O visual da travessia foi deslumbrante e pudemos chegar até mais descansados na outra margem. Não lembro quanto tempo durou, mas pareceu uma eternidade devido ao estado de hipnose e tranquilidade que ficamos durante o trajeto.

Aportando e Rondônia, nos chamou atenção um pequeno quiosque ao lado da estrada, com telhado de palha e algumas mesinhas espalhadas ao redor. Decidimos verificar e como estava na hora do almoço resolvemos ficar por ali mesmo. Posso dizer que foi o melhor Tambaqui com farofa e feijão preto que já comi na vida. Simples, porém todo o cenário ao redor, se transformou em uma das melhores refeições da viagem.
Saímos de lá e em mais algumas horas chegamos a Porto Velho onde aproveitamos ainda uma parte do dia para mais uns ajustes e troca de óleo em algumas motos.
Depois de tudo resolvido fomos para o hotel onde encontraríamos nosso amigo Tedes, que substituiria o Haas no restante do caminho, devido a compromissos em Curitiba. Para nossa surpresa tinha uma piscina com uma água temperatura natural que parecia água fervendo. Depois de algumas cervejinhas, capotei e só fui acordar novamente no dia seguinte para continuar viajem. Os demais amigos ainda saíram para conhecer um pouco da cidade e jantar fora.
Vilhena
Dia seguinte saímos cedo rumo a cidade de Vilhena. Neste trecho os buracos acabaram mas o asfalto continuava com muita recapagem fazendo com que as motos tremessem muito durante a viagem.
Chegamos a Vilhena no final da tarde e como era Domingo a cidade estava bem tranquila.
Depois de comer uma picanha na pedra, aproveitamos para um bom descanso até o dia seguinte.
Cuiabá e Chapada dos Guimarães
De Vilhena a Cuiabá o asfalto já estava mais liso porém já sentíamos o aumento de tráfego de caminhões que em determinados momentos tornava as ultrapassagens muito difíceis e arriscadas naquela estrada de pista simples. Eram retas enormes com caminhões grudados uns nos outros que por muitas vezes tínhamos que jogar as motos no meio deles depois de ultrapassar mais de 20 que andavam muito juntos. Era a única maneira de podermos andar um pouco mais rápido e não batermos de frente com os carros que vinham em sentido contrário. Além disso, um calor insuportável nos obrigava a parar constantemente para nos refrescar nos postos de gasolina.

Um dos pontos altos deste dia foi a parada para almoço num barco flutuante na cidade de Cáceres (Porta de entrada para pescadores que se aventuram pelos rios do Pantanal). Comemos um Pintado no espeto que realmente nos surpreendeu com seu sabor divino!

Chegamos em Cuiabá no final da tarde e logo na entrada da cidade já encontramos nosso amigo Alencar que nos aguardava com outros amigos motoqueiros para nos acompanhar até a cidade.
Depois que nos instalamos, Alencar nos pegou no hotel para irmos a sua casa onde pudenos degustar de um delicioso peixe assado preparado especialmente para nossa chegada.
No dia seguinte fizemos um bom trecho para conhecer a Transpantaneira, estrada sem pavimentação onde em alguns trechos passávamos ladeados por centenas de jacarés que nos observavam com tanta atenção que fazia nos sentir como um jantar a mesa pronto para ser devorado.
Voltamos a Cuiabá e após arrumarmos nossas coisas, seguimos para a Chapado dos Guimarães onde passaríamos a noite antes se continuar rumo ao Sul. Além do incrível visual de todo o caminho, a cidade era muito acolhedora e nos proporcionava uma vista incrível de todas aquelas enormes montanhas de pedra que a rodeavam. Noite gostosa com cerveja gelada e bom papo com nossos amigos mato-grossenses.


Saimos cedo da Chapada e logo sentíamos que o transito seria intenso durante toda a viagem. O destino era Campo Grande mas acabamos passando um pouco e dormimos em uma pequena cidade logo a frente. Dia seguinte pegamos a estrada e na expectativa da chegada fomos direto a Curitiba terminando assim nossa viagem pelos cinco países da América do Sul.
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