USHUAIA 2018
- gugagriebeler
- 4 de mar. de 2020
- 15 min de leitura

Iniciamos a viagem saindo de Curitiba as 6:15h do dia 10/11/2018 com tempo bom e tocamos até Santa Cecília onde tomamos um café e abastecemos. Dali até Lagoa vermelha foram mais 270 km e ao meio dia já tínhamos percorrido 540 km. Com muito calor e asfalto ruim tocamos até Ijuí e finalmente as 17:30h chegamos em São Luiz Gonzaga RS. Total de 900 km. A viagem foi tranquila, pois alguns estavam viajando juntos pela primeira vez o que fez com que a cautela e atenção fossem redobradas fazendo assim com que pudéssemos ter nossa primeira leitura de como poderia ser a viagem. E não poderia ser diferente da expectativa que já tínhamos de nossas reuniões pré-viagem. Pessoal muito bacana que ajudou a fortalecer a sinergia do grupo.
Após abastecermos as motos no posto da cidade e fazermos nosso primeiro brinde de chegada ao destino do dia, fomos ao hotel nos instalar e com muito calor ficamos ainda batendo um bom papo na varanda e tomando uma gelada de frente à praça. 11/11/2018. 2º dia: acordamos cedo, e graças ao charme de um caçador que conseguiu dobrar a cozinheira tomamos café as 6 horas (ele só é servido as 6:30). Estrada muito boa e fizemos a alfândega em São Borja em 20 minutos. Entramos a argentina com uma pequena parada para um rápido reabastecimento em Colon, tocamos até Passo de Los Libres onde chegamos por volta das 11 horas. Mais um reabastecimento, um lanche rápido e muita chuva. Ainda assim a viagem rendeu e chegamos até Zarate. A chuva parou mas o sufoco não, a estrada até Lujan estava muito irregular e com muitos buracos, aliás algumas crateras onde em uma delas quase todas as motos foram pegas causando pequenos estragos, mas que graças à Deus foi mais um susto. Chegamos em Lujan e ainda tivemos dificuldades para encontrar um hotel. Depois de algumas tentativas acabamos encontrando uma excelente acomodação onde pudemos fazer nosso tradicional brinde em volta da piscina sob um calor enorme. Depois de um belo jantar regado a vinho e bife de chorizo, desmaiamos....

12/11/2018 DIA 03: Esse foi o dia que separou os homens dos meninos e as mulheres das meninas. Fizemos 972 km até Viedma dos quais 650 km embaixo de chuva (aliás de muita chuva!). Foi uma viagem tensa e mascada pois logo na saída estrada ruim e muito movimento de caminhões. E depois o dilúvio, com raras exceções todos ficaram ensopados. A minha moto soltou a haste do câmbio logo na saída mas nada que uma silver tape não pudesse resolver. Quando chegamos em Baia Blanca, por volta das 16:30h ainda faltavam 300 km e além de estarmos muito ensopados o clima começou a esfriar. Quando chegamos em Pedro Luro dois integrantes do time resolveram parar para não ficar doentes e como nós tínhamos reserva não cancelável no hotel de Viedma arriscamos tocar mais 170 km. Ao chegar na porta do hotel o Maneco estava tão cansado que comprou um terreno. Esse foi o nosso dia power.

13/11/2018 4º Dia. Neste dia acordamos um pouco mais tarde pois em razão da separação do grupo teríamos saídas no mesmo horário mas com quilometragens diferentes. Saímos ambos os grupos as 7:30 depois do café e com tocadas diferentes, o grupo de Viedma a 100 km/h e o grupo de Pedro Luro 130 km/h. Os grupos se reuniram por volta das 10 horas depois de 380 km. Como entramos na Patagônia, o clima já deu uma esfriada e as paisagens já mudaram. As distâncias entre as cidades aumentaram muito e no trecho de 856 km só encontramos dois postos de gasolina, por isso a necessidade de levarmos galões com combustível reserva. A turma está coesa e ainda não rolou nenhum stress. Tanto a Alzira, por ser a única mulher do grupo, quanto o Paraíba, por estar viajando de Triumph foram bem recebidos e já estão integrados apesar das brincadeiras. Rodamos na Patagônia com paisagens desérticas, vegetação rasteira, animais selvagens (Guanacos, emas, papagaios, aliás em Viedma tem a maior colônia de papagaios do mundo). Não precisamos usar os galões reservas. Chegamos em Comodoro Rivadavia por volta das 18:30h e não conseguimos hotel. Todos estavam lotados e depois de muito vai e vem conseguimos alugar uma espécie de edícula no fundo de uma oficina onde conseguimos alguns colchões para colocar no chão. Mesmo sem nenhum luxo, dormimos muito bem. Detalhe para o frio de matar que estava no quarto no meio da madrugada quando descobrimos que o vento tinha aberto a porta e soprava sem parar dentro do nosso espaço.

14/11/2018 5º DIA: Saímos cedo e fomos tomar café em um posto de gasolina. Na saída a moto do Raul apresentou um problema na correia dentada e não pode seguir viagem. Ficou em Comodoro Rivadavia aguardando chegar uma correia nova que foi despachada de Buenos Aires. Nos despedimos do Raul e seguimos viagem... Ao chegar no posto policial de Santa Cruz fomos interceptados e impedidos de seguir viagem em razão dos fortes ventos no trecho entre Comodoro Rivadavia e Caleta Oliva. Ficamos retidos das 8:30h até por volta das 11h quando mais de 25 motocicletas foram liberadas com o vento ainda forte. Nós ainda ficamos esperando o Raul na esperança de que a correia que o Marlo havia trazido pudesse dar certo mas não deu. Por volta das 12h saímos em direção à Rio Galego, 800 km depois, e sentimos o tamanho do problema. Os ventos laterais eram tão fortes que jogavam as motos de um lado para o outro já que ele não tem uma direção constante. Tivemos bastante dificuldade para pilotar. Tocamos à tarde toda e além de muito vento lateral o tempo esfriou demais o que fez com que a nossa velocidade diminuísse bastante. Este foi o primeiro trecho em que precisamos usar o galão de reserva. Neste trecho de 270 km as motos chegaram no limite e as motos do Dilson (que tem o tanque menor) e a do Maneco ( que está mais pesada) tiveram pane seca. O vento fez o consumo aumentar muito. Encontramos vários dos motociclistas que haviam saído 2 horas antes que nós, lanchando em um posto de gasolina; ou eles vieram muito devagar e não aguentaram o rojão ou nós estávamos tocando muito forte. Chegamos em Pedra Buena as 18:30h e a moto do Maneco começou a ter problemas no regulador de voltagem mas tudo sob controle. Conseguimos uma ótima hospedagem ao lado da estrada e depois de um merecido banho, nos surpreendemos com o excelente jantar servido no local.

TREM DO USHUAIA 6º dia: para aqueles que gostam de detalhes técnicos vai lá: rodamos até agora 4.700 km com tiros diários de 800 a 1000 km. As motos estão fazendo uma média de 18 km/l e a do Maneco 17 km/l. Tivemos como problemas a quebra da correia do Raul e agora o problema no regulador de voltagem do moto do Maneco. Hoje por três vezes o Jackson caiu com a moto ao parar em razão dos fortes ventos e o Dilson também comprou terreno ao parar em razão do rípio. Rodamos bem e nossa intenção era chegar ao Ushuaia no final da tarde mas os fortes ventos laterais, o frio e o consumo de combustível foram atrasando nossa viagem. No trecho que antecede a aduana Argentina deu pane seca na moto do Maneco e como ela morreu começou grande sufoco. Como o trem estava distanciado um do outro os três primeiros ( Marlo, Dilson e Jackson ) não viram a pane seca acontecer, fizeram a alfândega e ficaram esperando em um posto de gasolina (isto era umas três horas da tarde). Robertinho e eu ficamos com o Maneco e Alzira aguardando a volta do Marlo que estava com os cabos para fazer a chupeta. Acontece que o Jackson achou que a parada havia sido feita para bater fotos de um pequeno salar que existia no local. Esse pequeno mal entendido e a necessidade do cabo fez com que eu e o Robertinho rodássemos quase 180 km para conseguir pegar o cabo (devemos lembrar que nessas estradas da Patagônia quase não passa veículos). Tudo isso fez com que o problema fosse resolvido somente após as 20 horas, impedindo que tocássemos até Ushuaia que estava a 330 km. Após 17 horas de idas e vindas, frio congelante e tocada noturna chegamos em Rio Grande depois das 22:30h e nos hospedamos para descansar para no dia seguinte encarar o frio e a neve do Ushuaia. Depois de um dia realmente sofrido, fomos surpreendidos com, na minha opinião, o melhor hotel de toda a viagem. Vinho e boa refeição nos compensaram de todos os perrengues do dia.

TREM DO USHUAIA , 7º dia: Acordamos cedo, tomamos café e finalmente saímos para fazer a ultima perna de nosso objetivo, 240 km até Ushuaia. Muito vento lateral e muito frio nos acompanharam mas também um visual de estrada maravilhoso. A estrada nos últimos 50 km, ao passar uma cordilheira nevada, vai circundando uma passagem que se torna um rio durante o degelo e que também alguns lagos, entre eles o escondido, na estrada da cidade. Ao fazermos os últimos kms fomos brindados com alguns poucos flocos de neve como uma saudação pelos 4.992 km rodados até o fim do mundo. Nos hospedamos na Pousada Fueguina que tem um visual maravilhoso da baia e do canal de Beagle. Saímos comemorar nossa chegada em um dos muitos restaurantes da cidade e aproveitamos o fim do dia para colocar o descanso em ordem.

TREM DO USHUAIA, 8º Dia. Hoje o Raul já estava com a moto pronta e saindo de Comodoro Rivadavia para nos encontrar em Punta Arenas no Chile dentro de dois dias. O grupo que chegou em Ushuaia tirou o dia para descansar e conhecer a cidade que é muito legal. Estava fazendo um frio muito forte e ventando demais.
Na parte da manhã o Robertinho e o Maneco foram atrás de um mecânico para resolver o problema da moto do Maneco. O mecânico indicado, o Pablo, só estaria atendendo a partir das 15 horas e até esse horário fomos dar uma passada no local do encontro de motos no fim do mundo. Estava uma desorganização total, não tinha nem camisetas, patchs ou adesivos para vender e ninguém sabia dar qualquer informação. Desistimos de participar.
Robertinho e Maneco foram até a oficina do Pablo e lá ficaram sabendo que o problema da moto do Maneco é no alternador e no regulador de voltagem e que teria que ser feito um serviço de emergência com um regulador de uma moto japonesa, com alguns riscos. Depois de algumas consultas com os universitários resolvemos arriscar e as 20 horas a moto foi pega e retornaram ao hotel com o problema parcialmente resolvido. Achávamos que ia dar para tocar até Punta Arenas, mas por garantia foi comprada uma bateria de carro para emergências.

TREM DO USHUAIA, 9º dia - 18/11/2018. Choveu e ventou a noite toda. Marcamos o café para as 7:30h e saída de Ushuaia em direção a Punta Arenas as 8:30h. O tempo estava bom e o vento muito forte, a viagem teria uns 570 km com uns 100 km de ripio. Por orientações dos locais e aceitação do grupo em razão dos fortes ventos e da condição da moto do Maneco mudamos o trajeto e resolvemos andar somente no asfalto. Os ventos dessa vez estavam fortíssimos, o mais forte da viagem, 58 km/h com lufadas laterais de até 80 km/h o que fazia com que as motos, além de estarem andando inclinadas fossem jogadas de um lado para o outro. O conserto da moto do Maneco deu certo por uns 300 km mas antes de chegar ao Ferryboat o regulador de voltagem já havia queimado e quando chegamos a moto perdeu a aceleração e não funcionou mais. Ela entrou no ferry na banguela e foi empurrada. Durante a travessia foi colocada a bateria de carro na garupa do Maneco e foi resolvido mais uma vez a situação. A Alzira seguiu na garupa do Robertinho. Na saída do ferry encontramos o Raul, foi uma festa só e muito emocionante, pois como a moto dele havia quebrado e ficou aguardando peça, ficamos separados na viagem por vários dias.
Fizemos um rápido lanche onde comemos um sanduíche gigante e continuamos sofrendo no frio e no vento. Durante o trajeto de 250 km ainda tivemos que abastecer com os galões (Maneco e Dilson) e fazer a moto do Maneco pegar mais uma vez (graças ao Robertinho e ao seu equipamento de partida) dessa vez foi mais fácil. A solidariedade do pessoal foi incrível tanto em relação a situação da moto do Maneco/Alzira, quanto nas quedas do Jackson que devido a altura da moto e a sua altura (que são incompatíveis 😂😂😂) em cada parada, devido ao vento, compra um terreno. Chegamos em Punta Arenas e nos hospedamos no Hostal Patagônico na esperança que a moto do Maneco tivesse condições de seguir viagem. Estávamos a 2.000 km de Santiago e de Buenos Aires.

TREM DO USHUAIA, 10° dia - 19/11/2018. Infelizmente mais uma guerreira foi abatida! A moto do Maneco não teve mais condições de seguir viagem. Com problemas no estator, arreou de vez. Como o socorro para um conserto ou a reposição das peças estaria em Santiago (3.090 km) ou em Buenos Aires (2.500 km) com extremas dificuldades de acesso até o local, ainda teria o problema de logística de entregar as peças e tentarmos encontrar alguém que fizesse o serviço. As opções foram se estreitando. Seguir até o fim da viagem do jeito que estava sendo feito desde o Ushuaia (carregando uma bateria na garupa e a moto podendo parar a qualquer momento) foi tornando a viagem estressante para todos além de deixar de ser prazeirosa. Em razão de tudo isso, aliado ao custo financeiro que toda essa movimentação traria, o Maneco e a Alzira optaram por não seguir a viagem e a encerram em Punta Arenas no sul do Chile. A partir daqui a moto voltaria de caminhão e o Maneco e Alzira de avião com o restante do grupo seguindo viagem pois ainda tinha mais de 5.000 km, pela frente.

Com tudo encaminhado em Punta Arenas, o resto do pessoal saiu em direção a El Calafate. Rodamos o dia inteiro e chegamos em Calafate ao final da tarde depois de aproximadamente 500 km. Até Porto Natales esse grupo rodou bem sem vento e sem chuva mas após a que fronteira as coisas mudaram nos fazendo rodar com muito frio, vento e chuva quando finalmente nos últimos 150 km pegarmos tempo bom até Calafate . Estradas boas com tocadas a 150 km/h e o Jackson não caiu nenhuma vez...


TREM DO USHUAIA, 11º dia 20/11/2018 Dia para visitar o glaciar Perito Moreno, lugar que não se pode deixar de visitar devido a beleza das geleiras. Pegamos um barco e fomos até bem perto delas onde pegamos parte do gelo da geleira de milhares de anos para degustar nossos Scoths que levamos para degustar junto da paisagem de tirar o fôlego. Foi um sucesso no barco! Todos os demais passageiros acabaram se aproximando de nós para degustar um pouco de nossa bebida.

TREM DO USHUAIA, 12º dia 21/11/2018: Este foi realmente o dia em que mostramos a que viemos. Saímos cedo de El Calafate em direção A Chile Chico. Foi um trecho de 790 km onde 90km eram do famoso “Ripio de la Muerte” como é chamado o trecho do que é considerado o pior rípio que se tem notícias. São pedras arredondadas que engolem as rodas da moto no menor descuido fazendo que que em fração de segundos vc esteja no chão sem saber o que aconteceu. Já nos primeiros 50m nosso único amigo que estava com uma Big Trail foi fazer um ultrapassagem para ser arremessado por cima da moto quase sendo atropelado pela Harley que vinha atrás. Depois desse primeiro susto vimos que o cuidado teria que ser redobrado e a atenção aumentada a cada detalhe. Mesmo com mais algumas quedas conseguimos vencer o trecho depois de 4 horas de stress. De volta ao asfalto, algum tempo depois estávamos contornando as margens do lago Buenos Aires num visual magnifico de fim de tarde até chegarmos ao nosso destino em segurança. Chegamos em Chile Chico e depois de uma busca para encontrar um local onde passaríamos a noite, achamos uma pousada na beira do lago onde dormimos dentro de um barco que parecia um hotel 5 estrelas, tamanho nosso cansaço. Mais tarde viemos a saber que um grupo de europeus que cruzamos na estrada tiveram um acidente feio no rípio e tiveram que ser resgatados já com hiportemia devido ao tempo que ficaram parados debaixo de neve com temperatura muito baixa. Não conseguiram mais encontrar forças para levantar suas motos de tantas quedas no caminho que já estava escuro.

TREM DO USHUAIA, 13º dia - 22 de novembro de 2018: O grupo hoje teve um problema de operacionalidade. A pretensão hoje era chegar em Chilan e amanhã cedo pegar o navio (9 horas de mar) até Puerto Montt. Ao chegarem no horário da balsa de Chile Chico, não sabemos se por preconceito, por sacanagem ou descaso, apesar de ter lugar na balsa não deixaram as motos embarcarem e não adiantou insistir, brigar, etc, o embarque só poderia ser feito no barco da tarde. Esse problema alterou toda a programação da viagem além de fazer perder os valores já pagos no navio e no hotel; o pior é não ter com quem reclamar. Esse imprevisto fez com que fosse alterado o roteiro de retorno via Bariloche. Hoje rodamos em torno de 900 km até Lago Pueblo que fica a 134 km de Bariloche. Depois de algumas dificuldades em encontrar acomodações encontramos uma hospedaria simples que nos permitiu uma bela noite de sono.

TREM DO USHUAIA, 14º dia - 23/11/2018. O grupo estradeiro saiu de Lago Pueblo as 7:30 em direção a Puerto Montt no Chile, buscando fazer um tour em uma das mais belas regiões do Chile; região de vulcões e lagos com aguas vulcânicas, almoçando em Vila La Angostura e conhecendo as charmosas cidades de Fruttilar, Puerto Varas e Osorno, Levamos 12 horas para fazer 430 km mostrando que hoje pudemos curtir um pouco melhor a viagem e apreciar as belíssimas paisagens. Chegamos a Puerto Montt já no início da noite onde saímos para jantar e depois mais uma noite de descanso para logo pegar a estrada novamente.

TREM DO USHUAIA, 15º dia - 24/11/2018: Saímos de Puerto Montt cedo em direção a San Martin de los Andes na argentina, estrada nota 10, chamada a rota dos sete lagos, uma estrada cênica com um visual show que dava vontade de parar após cada curva para bater fotos. O tempo no trecho esteve bom e finalmente fez um pouco de calor. A aduana foi tranquila e rápida para os harleyros. Para aquele que estava de Triumph a coisa foi mais complicada e ele teve um pouco mais de dificuldade para entrar na Argentina ao pegar um fiscal mal humorado e que só era fã das Harleys. Chegamos ao final da tarde e após nos instalar no hotel, merecidamente fomos tomar uma cerveja em um dos muitos bares do local. Esse grupo, em 15 dias, já rodou mais de 7.000 km.

TREM DO USHUAIA, 16 dia - 25/11/2018. Mais um dia saímos cedo de San Martin de los Andes com destino a Neuquén e de lá até a cidade La Adela, 800 km depois ainda na Patagônia. Para quem não lembra a Patagônia é o maior deserto das Américas. No lado argentino vai da região de Neuquém até o Ushuaia, são mais de 2.500 km de uma região desértica com tudo que um deserto pode oferecer. O trajeto foi feito nos primeiros 150 km com muito frio e paisagens muito bonitas, posteriormente esquentou um pouco e deu até para suar nas infindáveis retas de Neuquén. Chegamos ao final da tarde em Rio Colorado (cidade vizinha a La Adela) e fizemos a tradicional saudação com uma Quilmes bem gelada. Depois fizemos alguns ajustes e troca de óleo nas motos para então ir atrás de um belo jantar. Pra variar comemos um ótimo bife de Chorizo com papas.
TREM DO USHUAIA, 17 dia - 26/11/2018: Saimos de Rio Colorado logo após o café em direção a Buenos Aires! Quando faltavam 470 km, na cidade de Tres Arroios, a moto do Robertinho começou a falhar, possivelmente sistema de injeção eletrônica, um problema que já vinha ocorrendo, e ficou sem condições de seguir viagem. O Robertinho colocou a moto em um guincho que a levou para a Harley de Buenos Aires. Como o Robertinho foi dentro do caminhão chegamos antes em BA e já fomos organizando o hotel e nos instalando. Logo mais ele chegou com sua moto. TREM DO USHUAIA, 18 dia - 27/11/2018. Hoje, depois de algumas deliberações, o grupo decidiu que eu Guga e o Jackson ficariamos em Buenos Aires para acompanhar o conserto da moto do Robertinho e o Marlo, Raul e Dilson seguiriam a viagem conforme o combinado em Puerto Montt. Pegaram o Buquebus em BA e desceram 2 horas depois em Colonia del Sacramento no Uruguai. De lá partiram para Montevideo onde almoçaram no Mercado del Puerto. A moto do Robertinho ficou pronta as 16 horas, foi reparada a conexão do injetor que estava danificada e estava pronta para a estrada novamente.
TREM DO USHUAIA, 19 dia - 28/11/2018. Penúltimo dia da viagem para o grupo onde tudo estava correndo muito bem. O grupo que escolheu o trecho pela reserva do Taim, chegou em Porto Alegre no início da noite. Rodaram 765 km sendo que 400 km foram feitos com muita chuva e com o agravante de que o Pneu traseiro da moto do Raul estava no fim de sua vida útil. Tínhamos dúvidas se ele aguentaria a ultima pernada.
Nosso grupo que saiu de Buenos Aires fez uma puxada um pouco mais forte tocando o dia todo com vento a favor, em um asfalto muito bom, apenas com dificuldades nos últimos 240 km feitos no Brasil. Neste dia foram 1.300 km em 13 horas até chegarmos em Ijuí - RS as 20:30h. TREM DO USHUAIA, 20 dia - 29/11/2018. Último dia da viagem. Em uma viagem sem novidades, com paradas para abastecimento e rápidos lanches chegamos por volta das 18h em Curitiba finalizando uma marcante viagem em que foram percorridos mais de 12.700 km em 20 dias. Viagem onde foram superados desafios de estradas, clima, altitude, problemas mecânicos, alimentação, relacionamento, para se chegar a um dos lugares mais belos e remotos do continente sul americano. Uma viagem de um grupo de amigos que superaram todas as dificuldades que uma viagem desse tipo pode proporcionar e a finalizaram com uma coleção de histórias que passarão a contar com muito orgulho para seus amigos, filhos e netos. Parabéns ao Marlo, Raul, Robertinho, Dilson, Guga, Jackson, Alzira e Manéco. 👏👏👏👏👏
01 - Pior chuva: Canelones a Viedma (700km de chuva) 02 - Pior vento: Punta Delgada a Punta Arenas 03 -Pior frio: César Piedrabuena a Rio Gallego e trecho entre aduana chilena e Rio Grande. 04 - Pior ripio: Três Lagos a Governador Gregores (Rípio de la muerte) 05 - Visual espetacular: Ushuaia, Vulcão Osorno e Sete Lagos/San Martin de Los Andes 06 - Passagem marcante: Estreito de Magalhães 07 - Maior cagada: Marlo não voltar com os cabos para a chupeta. 08 - Maior stress: Robertinho no trecho Rio Colorado a Três Arroyos e depois de guincho a Buenos Aires. 09 - Momento filho da puta: o capitão do ferry em Chile Chico 10 - Melhor brinde 1 - em São Luís Gonzaga com os copinhos do Dilson. 11 - Melhor brinde 2 - o whisky com o gelo do Glaciar. 12- Melhor Carneiro Patagonico - El Calafate 13- Pior troca de óleo....Rio Colorado....😂😂😂😂